Encontro na noite de terça-feira no Teatro Margarida Ribeiro oficializa o lançamento da Micareta de Feira 2010

Infiltrada num teatro lotado e caracterizado por elementos supostamente africanos, a Transa Revista, numa equipe de quatro de seus integrantes (Caio Augusto, Mª Dolores S. Rodriguez, João Daniel G. Oliveira e Uyatã Rayra), se dirigiu ao Margarida Ribeiro para saber como está sendo o processo de construção desta Micareta de Feira 2010. As surpresas, como já era de se esperar para alguns, não foram poucas.


Foi um tanto complicado ouvir as palavras do Secretário de Cultura Artur de Andrade ou do prefeito Tarcísio Pimenta diante de um teatro amarrotado de candidatos a foliões; enquanto dois dos integrantes ficaram lá dentro, dois vieram para fora, pois havia um telão transmitindo ao vivo o que se passava lá dentro. Porém, inexplicavelmente, a transmissão não tinha áudio – o único som que ouvíamos era a música ambiente de Ivete Sangalo.


Ainda assim, parece que muitas alterações nos esperam nesta Micareta: teremos mais blocos Afro saindo no circuito principal, o Maneca Ferreira (um total de 15 blocos afro); teremos no circuito uma sala especial para crianças, que servirá para caso elas venham a se perder (e que também servirá para os pais que trabalharão na micareta e não terão onde deixar seus filhos); nas arquibancadas haverá uma ala especial para deficientes físicos; o patrocínio importante do G Barbosa (embora Ades, Bradesco, Perdigão, Nova Schin e Positivo Informática também estejam patrocinando a festa, apenas o G Barbosa foi citado); teremos também uma sala especial para a imprensa, onde haverão computadores e áreas de transmissão de rádio, sem contar o ônibus digital com 22 computadores.

Ao final da palestra, uma banda de fanfarra acompanhou a saída dos palestrantes e da platéia. Curiosamente, eles tocavam frevo. Porém, também tocaram canções de afoxé. Mulheres caracterizadas distribuíam petiscos que representavam a cultura africana (a saber, amendoim, cocada e vatapá). Tudo isso para deixar nítido o tema da Micareta deste ano, que é a África. Para Manoel do Capacete, o tema sobre a África “referencia os blocos quilombolas, os blocos afro e instituições como a Nelson Mandela”. Manoel, que é um dos diretores da Nelson Mandela, crê que este tema trará de maneira relevante o símbolo dos países africanos para Feira de Santana.























Muitos artistas consagrados estão confirmados nesta Micareta, como Daniela Mercury. Parece que quem marcará presença também, no trio que é mantido pela prefeitura, é Neguinho da Beija-Flor. Enquanto alguns foliões comemoram estes nomes, outros lamentam em parte essas escolhas, como Maryzélia, cantora da banda Maryzélia e Os “Coisinho” (banda de samba que se apresenta regularmente no bar Resenharia). Para ela, a prefeitura deveria priorizar os grupos locais; segundo a cantora, muitos destes grupos são postos para tocar em horários inoportunos, como um início de tarde ou um final de madrugada. Maryzélia crê que é necessário dar a devida importância a artistas consagrados, mas também pensar numa estrutura de apoio maior aos grupos locais.



















Por falar em artistas locais, nomes como Jorge de Angélica já confirmaram presença na Micareta. Ele diz que a Trilogia do Reggae está confirmada, mas espera que cada um (Dionorina, Gilsam, além do próprio) façam seus shows separadamente, e conta com o apoio da prefeitura para isso. Outra banda que deverá se apresentar é a Xêro Mole. Roberto Kuelho, jornalista e líder da banda (que tem 10 anos de existência) nos revelou em primeira mão que está será uma das últimas apresentações da banda, sendo que a última acontecerá na Micareta de Alagoinhas, ainda este ano.


Por fim, conversamos com o jornalista Rafael Velame, que se mostrou satisfeito com as promessas da prefeitura para a imprensa este ano na Micareta. Velame afirma que as estruturas sempre foram precárias, e que em 2006, por exemplo, quando transmitiu a festa pelo portal FS Online, os locais eram mal-arranjados, não havia apoio da SECOM e chegava ao ponto de não haver cadeira para sentar. Portanto, sua expectativa para esta edição é grande, pois, para o jornalista, a melhor maneira de levar a Micareta de Feira para fora em tempo real é a internet.

2 comentários:

17 de março de 2010 às 04:53 Anônimo disse...

ô. sem mais. bola pra frente.

17 de março de 2010 às 07:48 Jaitan disse...

Muito legal o tema. Mas em muitos momentos lembraremos da nossa Africa massacrada e encarcerada, com nossa polícia espancando e a exploração reinando para satisfazer aos "poderosos". mas no final todos (nem todos) se regojizarão com esse espetaculo a parte do pão e circo.

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