TRANSA no MAC: algumas considerações

 |Por Uyatã Rayra|
Ufa ...

Até que enfim essa edição nº 01 vai sair. Eu já estava entrando em depressão.
De primeira, falamos que a periodicidade da publicação da revista seria de três meses, e de repente, março foi passando, passando, passando e findou... Daí veio abril com sua Semana Santa, Micareta, Tiradentes... Dois meses de retardo e nada de revista ...

E aí galera?? Cadê essa revista?? Não vai sair não?!?!? Esses comentários foram a trilha sonora das nossas vidas nos últimos dois meses.

Nós, Conselho Editorial, concluímos a Transa nº1 em meados de março, isso é fato. A única coisa que nos faltava era a impressão de uma boneca para fazer os últimos retoques e lançá-la ainda no final do terceiro mês. Então fomos até a NUEG (gráfica universitária), para procedermos a impressão da tal boneca. Chegando lá, Nivaldo, o responsável nos disse:

- Não há papel A3!! A universidade fez uma solicitação do papel, mas até agora não chegou, talvez terça-feira da semana que vem!!!

Resolvemos esperar... E esperamos muito!!! Será que era um encosto??? Um dos membros do Conselho chegou a comentar que achava que era ele que tava com a energia obstruída, dando azar para a revista, e falou até em saída do grupo por causa disso. Sugeri um banho de folhas!!

No início de abril decidimos nós mesmos comprar o papel, para não adiar mais. Mas, ficou a dúvida de quando lançar. Na micareta a NUEG não funciona, a semana do Tiradentes estava quase toda enforcada. A última semana de abril seria uma boa???? Concluímos que não, já que faltava a impressão da tal boneca, para dar os brilhos últimos. E assim está sendo!!!


Dia 6 de maio, enfim!!!! Apareçam lá no MAC, viu!?!?!??!




P.S.O processo burocrático da Uefs para aquisição do papel perdura até hoje.

TRANSA no MAC

Revista lança sua edição número 1 no Museu de Arte Contemporânea






Falhar de novo. Falhar melhor. Esse é o lema da Transa. Sempre insatisfeita com o que produz - e não como ritual de autoflagelo, mas como uma maneira de melhorar aquilo que se presta a fazer, a revista convida seus leitores, admiradores e todos aqueles interessados para o lançamento do seu próximo número, que acontecerá no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira – MAC (prédio que fica ao lado da Biblioteca Municipal) às 19:00 do dia 6 de maio de 2010.

Além do lançamento da revista, o espaço terá a exposição dos livros publicados pelas Edições-MAC, o primeiro número da coleção “Nova Letra” sendo lançado, leitura de poesia, exposição do jovem artista feirense Don Guto, intervenção teatral com o poeta e ator Arailton Públio e um concerto musical com Davi e Ênia.

LOCAL: Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (ao lado da Biblioteca Municipal).

DATA: 6 de maio de 2010 (quinta-feira).

HORÁRIO: 19:00.

ENTRADA: FRANCA.

Macunaíma Ópera Tupi: o melhor disco brasileiro da década!

                      |Por Uyatã Rayra|
                                                       
                                                                               


   
                                                                                   
Rá rá rá rá rá rá rá rá rá rá rá :D :D

Já estou a me divertir previamente com o possível espanto que vocês, adeptos deste blog, devem estar aparentando ao ler tamanha pretensão logo no título. Sei que 2010 ainda nem acabou, mas fiquei receoso de dar oportunidade a Rolling Stones de fazer tal afirmação antes de mim – embora não creia de forma alguma que isso venha acontecer de fato...   Todos que se sentirem feridos por essa declaração me perdoem, mas estou plenamente convicto, neste exato momento, quanto à veracidade do título. Não sou impermeável: caso alguns de vocês queiram me convencer do contrário terão até o dia 31 de dezembro para me passar o link do álbum brasileiro que vocês julgam ser o melhor da década, mesmo assim, acho que será muito difícil que eu volte atrás.

Macunaíma Ópera Tupi (2008) é a obra-prima de Iara Rennó. Sim, e daí??? Quem é essa tal de Iara Rennó???





Se vocês me fizessem essa mesma pergunta há dois anos eu não saberia responder!!!!!!! Foi justamente ao escutar o cd Estudando a Bossa (2008) que me veio a revelação. Ao ler a ficha técnica do derradeiro disco de Tom Zé chamou minha atenção o nome de Anelis Assumpção estar presente em uma das faixas, especialmente pelo sobrenome me remeter a Itamar Assumpção - um dos mais ilustres artistas da semi-oculta Vanguarda Paulista. Fiquei inquieto e fui buscar saber quem era a tal moça, logo descobri que ela era filha do dito cujo!! Daí em diante, procurei saber das produções dela, e se realmente tinha herdado alguma “lombra” do seu pai. Felizmente havia!!  Lambuzei meus ouvidos com mel, apreciando os dois álbuns da Dona Zica – Composição(2003) e Filme Brasileiro(2005) – que era a banda que Anelis fazia parte, enquanto percussionista e uma das cantoras. Outras duas meninas também se destacavam na banda, a saber: Andréia Dias e Iara Rennó. Quis saber da colé delas duas, e foi aí que dei de cara com o Macunaíma Ópera Tupi...

                                                Dona Zica

Iara Rennó é polivalente: cantora, compositora, instrumentista, arranjadora, produtora musical, dançarina, atriz e letróloga, além de filha de Alzira Espíndola – outra pérola da Vanguarda Paulista. Quanto ao último ponto, penso que se Lammarck estivesse vivo, se orgulharia em ver a sua teoria dos caracteres adquiridos sendo corporificada...
 
Iara é sim uma sereia, daquelas que entorpecem até os marujos mais piratas. Mas ela por si só não foi e nem é suficiente para fazer do seu disco o melhor da década!!!. Para que ela concebesse tal disco, teve que ser precedida por Mário de Andrade – autor do livro Macunaíma (1928) – e se não fosse por ele, com certeza eu não estaria aqui falando dela. O disco tem como mote principal a estória do “anti-herói”, e cada verso do álbum foi extraído do livro com certa fidelidade. Refletindo a diversidade multicultural presente no livro, ela pensou acertadamente em conclamar os mais díspares gênios da música brasileira para a construção do disco, e cada qual contribuiu proficuamente de acordo com as suas peculiaridades o que, a meu ver, auxiliou, também, no sucesso do disco. Numa lista incontável escolhi, arbitrariamente, ressaltar alguns deles: Tom Zé, Arrigo Barnabé, Kassin, Siba, Bocato, Buguinha Dub.


Algo que me comove também é a imprevisibilidade do álbum: numa faixa fica explícito elementos de música erudita, noutra vem a mente sinais de funk* carioca . Iara conseguiu esboçar o Brasil respeitando a realeza das nossas etnias, e para conseguir tal proeza não precisou esquartejar nossas raízes e vomitá-las aos nossos ouvidos, ao contrário apresentou-nos como nós somos: tenazmente intrincados miscigenadamente. Tornou-nos cosmopolitas!! O Macunaíma Ópera Tupi é um ritual sincrético daqueles bem mágicos mesmo. É violino, tambor, eletrônico, metais, psicodelia ... É moderno-antigo-atual-anacrônico. É cantiga de ninar, grito de acordar, cordel, ciranda, côco, e todo o pomar...


Nem sei se toda essa descrição fajuta seja gabarito para eleger o disco ao que ele já é. Se tais aspectos que apontei no disco da Iara fossem, de fato, decisivos, transbordaríamos de melhores discos da década - a maioria dos bons artistas brasileiros já segue uma cartilha semelhante. Macunaíma Ópera Tupi, por si só, consegue se erguer ao altar. Categorizá-lo é limitá-lo. Insisti nessa minha cavalice, não por almejar que vocês devam ter a mesma impressão que eu, apenas assumo uma postura de propagador. Fiquei agoniado em possuir jóia tão brilhante, e não exibir no pescoço para ofuscar os seus olhos.  

Já estou overdoseado, agora passo a seringa. Não tenham medo em se picar** ...

Lá vai o link da década:

http://rapidshare.com/files/147582462/UQT2008_Iara_Renno_-_Macunaima_Opera_Tupi.rar

Outros álbuns citados:

Dona Zica – Composição (2003): 

http://rapidshare.com/files/181788604/UQT2002_Dona_Zica_-_Composicao.rar

Dona Zica -  Filme Brasileiro (2005):
http://www.4shared.com/file/33098027/8a6b22b4/2005__filme_brasileiro.html




 * Na verdade, o ritmo da faixa é um ragga, o funk veio-me a mente quando da união com a letra.
 **Não tenho AIDS.

Fissão, Ficção, Fique são, Fixação, Feição


O que me fascina ao escrever é a capacidade de imaginar...

Confabulando com minhas idéias, tive a sensação de estarmos presentes num conjunto de vidas, entranhadas pela teia visível. Percebi então a simplicidade que o reflexo tido em meus olhos consegue acompanhar, a isso sempre chamei de real e compreensível. O pilar base era a razão das ciências, na qual tinha certezas que me faziam acreditar que em algum momento conseguiríamos englobar o todo, nos tornando esclarecidos das idéias, detentores do conhecimento, prontos a julgar.

As experiências das vivências de um cotidiano de ordem sistêmica caótica me contaminavam com o objeto do óbvio, no qual o sentido estaria logo ali, a um apertar de botões. 

Na saudade da ida, partiu meu desprezo pelo incerto e caí nas graças do inexplicável. Vi o descontente, o incalculável que existia dentro de mim, e que somente o bem não preenchia minhas entranhas, percebi que o bucólico vinha acompanhado das crises que impulsionavam as revoluções, senti o amor vivendo próximo ao ódio, aprendi que da felicidade nasceu a dor, como o belo que causa o feio, assim o monstro cria o epífano. 
Saber que habitam dentro de nós pensamentos inconcebíveis perante uma moral e ética constituídas é estar consciente do que existe, independentemente quais serão os valores, os julgamentos e ponderações... Sabemos apenas que eles existem, sem um por que. A incompreensão pode causar insônia, diriam alguns inquietos, já meu indivíduo, diria que a total percepção levaria a loucura.

Sabemos que há séculos de anos luz convivem unidos o bem e o mal numa só pessoa, ungidos de um espaço, vibram em todas as palavras. Soadas a sinos, as catedrais dos tempos mostram o quanto de arrependimento e orgulho temos por nossos erros e acertos acumulados ao longo dos dias. Ao viver nas “vidatitudes” dos ciclos, vemos a necessidade de uma morte, assim podemos enterrar os corpos como adubo, fertilizando a Terra, nascendo novamente do útero o feto, mas onde estaria essa alma antes do templo fisiológico estar pronto? Acreditamos na morte talvez mais do que na vida, pois ao colhermos as frutas das sementes plantadas vemos os frutos da Lua cheia, cremos na continuidade de que prosseguir é preciso. Mesmo ao acaso e inconsciente a Mãe continua a gerar suas proles, havendo uma disputa acirrada entre as taxas de natalidade e mortalidade, um desafio contínuo e incansável da Natureza. Qual seria o propósito? Será que existe alguma finalidade suprema, que rege a orquestra dos dias? Claro que é possível adotar um sentido, pois há tantos órfãos na guerra como estrelas no céu à noite.

Na idéia de humano sendo história no relatar dos dias, sendo atuante na deflagração térmica, me sinto partícipe atuante do equilíbrio osmótico, pois até mesmo numa sutil percepção de harmonia coincidente entre explosões galácticas, ondas do mar, sons de A a U (M) e corpos dançantes, há revelação do além, um além da compreensão racional do qual somos ensinados diariamente em nossa contemporaneidade. Se não esquecemos é por que talvez ainda desconheçamos, por isso acredito na necessidade da evolução, no sentido de acrescentar, descobrir, enriquecendo o conhecimento que construímos ao longo do tempo, pois conhecer não é dominar.

Um só ser tem uma vontade incansável de sobreviver, imagine seis bilhões, como conspirar contra esse movimento marítimo, a Nova Ordem Mundial seria uma solução para essa desordem? Um pouco mais modesto acredito que a escolha do UniVerso que nos ronda, está em nossas mãos literalmente, em descobrirmos nossa real essência do micro ao macro, na compreensão de nossa natureza insólita e animalesca, de nosso papel no coletivo, reconhecendo na diferença do outro a nós mesmos.

Contrariando as leis da física instauradas, acredito que podemos criar energia e não apenas transformá-la. Na realidade, seria uma transferência energética de dimensões, no qual o portal seria “O Ponto Triplo”, a conexão entre as dimensões do corpo e da alma a onde nascem os pensamentos, sendo assim o ponto de encontro do corpo, dos pensamentos e da alma gerando a lama do húmus. Assim na idéia do equilíbrio osmótico, a energia seria permutada entre a matéria no qual corresponde aos corpos e a anti-matéria que expressa a alma, tendo na incidência a formação de energia pura. A vazão pode ser alterada com a expansão do ponto triplo, simbolizado por um anel dourado, aumentando o fluxo energético. As Sete chaves, necessidade, fé, psicoativos, loucura, sentimentos, coincidência de ondas e meditação, que abrem as portas da percepção, são as responsáveis pela expansão do anel, nos revelando a genialidade dos acontecimentos. Os milagres são exemplos evidentes dessa expansão do portal que une as dimensões, favorecendo o balanceamento energético em condições adversas.

Vivendo nos mistérios dos ciclos lunares sinto ameaçada a minha divindade de viver pela ambição do poder, do egoísmo solitário, sendo levado a crer que existe uma conspiração mundial organizada que vai de encontro ao sustentável, agindo em sentido contrário às confluências do trajeto do rio, tentando barrar o deságüe no Oceano cósmico. 

Mesmo com todos os desafios que temos na rotina dos dias, não há sinais de desistência, por mais difícil que seja, estamos rentes aos limites entre a vida e a morte sendo alimentados pelas lembranças de eternos momentos, preenchidos de instantes mutáveis, na crença da sustenbilidade, dando continuidade ao Ser, e que, se por algum pensamento de ordem for colocado em risco a experiência da existência de Ser Humano, que o Caos seja estabelecido confundindo a certeza da separação.  Assim como acreditavam os Maias talvez fique para o Sol essa responsabilidade. 

Tirando forças da onde não se tem, criando energia... Na esperança dos dias de Sol acompanhados do arco íris.

Diego Pascal, estudante da UEFS.

A “indecência” de Saudek




Nascido em Praga, tudo impressiona na obra de Jan Saudek. Inspirado pelo pai do ilusionismo no cinema, Georges Méliès, não é por pura coincidência que suas fotos são marcadas por um traço cinematográfico muito forte. Começou a trabalhar como fotógrafo em 1950 ao mesmo tempo que se iniciava na pintura e no desenho.















Tudo que poderia ser chamado de pornografia está presente nas fotos deste checo, que sem muitos efeitos e abusando das dicotomias e das ambigüidades, constrói uma obra calcada na abordagem antagônica da sexualidade e da relação entre homens e mulheres, velhice e juventude, vestuário e nudez...

Peça Decameron em cartaz na cidade





Trata-se de uma irreverente comédia, que mistura paixões, comportamentos humanos, infidelidade, sedução e trapaças sexuais. A trama é costurada pela saga de Pepeto e Maroto que, após serem flagrados em um ato de libertinagem, fogem para outra cidade, onde encontram comerciantes, artesãos e esposas descomprometidas, que fazem coisas inusitadas para garantir suas conquistas amorosas, ao mesmo tempo em que se esforçam para manter a imagem de mulher fiel e dona de casa exemplar.






O espetáculo, constituído por grande elenco composto por Maria Paula (Casseta & Planeta), Camila Rodrigues, Marcos Oliveira (o Beiçola da Grande Família), George Sauma (o Tatalo do Toma Lá Dá Cá), Bel Kutner, entre outros, faz uma crítica social ao padrão repressivo e moral da sociedade, mostrando que os comportamentos retratados há tantos anos, ainda parecem ser atuais.



23 (hoje), 24 e 25/04 ás 20:00h no Centro de Cultura Amélio Amorim.
R$ 43 e 15


Obs.: Na foto de divulgação do espetaculo está a atriz Fabiana Carla, a mesma não faz mais parte do elenco, hoje quem atua é a Maria Paula do Casseta e Planeta. Porém, infelizmente ela não poderá vir a Feira de Santana, pois pegou uma virose, em seu lugar virá a atriz Gorete Milagres, que ficou conhecida nacionalmente pelo bordão "ô coitado".

Peça "Noiva da Morte" no teatro do CUCA dia 24/04 às 18:30

O grupo de oficina de dramaturgia corporal do Centro Universitário de Cultura e  Arte convida toda classe jornalística para assistir nosso espetáculo Noiva da Morte, conto de Nelson Rodrigues, de A Vida Como Ela É, no dia 24/04, 18h30, no teatro do CUCA, numa sessão especial para convidados. Contamos com sua presença.

Para reservar antecipadamente sua entrada, entre em contato pelo e-mail lenecostafsa@yahoo.com.br com o nome completo para que constar na lista de convidados.

Quem sou eu na Transa Revista - Aritana Lima

Falar de mim mesma é algo que ainda tenho dificuldades, pois muitas vezes não sei se sou ou se estou, mas eu vou tentar. Meu nome é Aritana Lima de Oliveira, nasci em 1990, em Feira de Santana e cresci nessa cidade, onde moro até hoje e pretendo morar sempre. Graduanda do curso de Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, sou apaixonada pelo curso que faço, pois ele além de está me formando profissionalmente, me abre os olhos para ver o mundo de uma forma mais consciente; militante do movimento estudantil pelo Grupo OUSAR, por saber que somos sujeitos ativos dentro da sociedade e que por isso podemos lutar para a construção não só de uma universidade melhor, mas de uma cidade melhor, de um mundo melhor para tod@s. Tenho intenções de pesquisas na área de teoria da história e faço parte do Labelu (Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais). Sou professora e agora membro da Transa Revista. Lugar onde sei que poderei amadurecer a minha escrita e poder colocar no “papel” algumas das minhas formas de pensar a Feira e algumas angústias sociais.

Tem os que não brincam - Micareta de Feira

|Por Aritana Lima|


O povo baiano é conhecido por ser festeiro, carnavalesco, “e depois do Carnaval ainda tem a Micareta de Feira”... Devo lembrar, porém, que nem todos os baianos são carnavalescos, assim como nem todos os feirenses são “micaretescos”. Eu, por sinal, não gosto, e não quero me acostumar, com esses estereótipos que as sociedades impõem aos indivíduos. 

Sem Juízo





Somos julgados a todo instante. Para cada ato nosso, um juiz: nossos parentes, entes desconhecidos, amigos, inimigos... Não adianta nos afugentarmos do julgamento alheio, estejamos corretos ou equivocados. 
Jung nos atribuiu o arquétipo da persona, o qual ele disse ser nossa máscara de convívio social - uma maquiagem de convivência. Trocando em miúdos, a persona seria um “muito doido”, que fez a barba, cortou o cabelo e se vestiu de calça, sapato e camisa social para conseguir emprego. É claro que no âmago o “muito doido” é “um muito doido”, todavia, para se integrar socialmente e conseguir um emprego ele tem que se camuflar de um “muito são”.


Minhas comunidades: Danielli Gomes




Autora: Danielli Gomes 

Sou uma fanática confessa pelas redes sociais. Fato. Participo de, pelo menos, umas dez. Claro que meu objetivo não é de agregar o maior número de ‘amigos’ possíveis, nem ser a criatura mais popular. É apenas de encontrar pessoas com diferentes interesses em diferentes redes.


Particularmente no Orkut, algumas pessoas tendem a manifestar a sua profunda solidão social. Ter 1000 pessoas adicionadas em três ou mais perfis é, como é de se supor, um tanto surreal. Acredito que seja impossível dar conta de todos os contatos, uma vez que as amizades na internet não são mais populosas do que na vida real. Enfim, não vim aqui para falar sobre comportamento, nem sobre mim, tampouco sobre o efeito que essa rede causa na vida das pessoas. 

O Bestial mundo do Transporte Público de Fêra


Estudantes impediram que a reunião do Conselho de Transporte acontecesse


Tem coisas que parecem acontecer apenas em Feira, mas é em todo lugar. Salvador começou, depois veio São Paulo e a Marionete Beiçuda não ia ficar atrás, como foi no caso da imbecil lei antitabagismo - uma cópia da lei do demente José Serra, que se for eleito presidente será o fim do Mundo.

Mas voltemos a Feira. Todos que passam por este meio de comunicação andam, já andaram ou vão andar no SIT - Sistema Imbecil de Transporte - e sabem o quanto ele “funciona”. O preço chega a ser absurdo, mas absurdo mesmo é como foi dada a notícia hoje pela TV Subaé - de uma imparcialidade delirante e burra – e novamente o preço vai subir. Isso mesmo: vai subir!

Conselho Municipal de Transporte se reúne hoje


O edital da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), publicado ontem no jornal Folha do Estado, convocando o Conselho Municipal de Transportes (CMT) para uma reunião a ser realizada hoje, às 16h30, na sede da SMTT, levantou suspeitas sobre a possibilidade de aumento da tarifa de transporte coletivo na cidade por parte dos vereadores Marialvo Barreto (PT), Getúlio Barbosa (PP) e Roberto Tourinho (PSB).

O vereador Marialvo Barreto, de posse de vários documentos, destacou na tribuna da Câmara Municipal o item III da pauta de reunião do CMT, que diz o seguinte: Análise dos custos tarifários dos ônibus coletivos urbanos de Feira de Santana. “Traduzindo, aumento da tarifa. Eles mudam o português para poder ensaboar o termo. O termo é meter a mão no bolso do povo feirense na véspera da Micareta. Assaltar o usuário do transporte coletivo. Flailton Frankles é quem assina”, afirmou o petista. Em seguida, Marialvo convocou toda a imprensa para cobrir a referida reunião. 
Na opinião de Roberto Tourinho, “as empresas de transportes coletivos, mais uma vez, aproveitando-se do período da Micareta, vão propor mais um aumento de tarifa em Feira de Santana. Amanhã, às 16h30, será mais um grande espetáculo circense, um grande espetáculo de Ali Babá. A culpa não é do secretário de transporte nem do Conselho. A responsabilidade é do prefeito Tarcízio, pois é ele quem assina o aumento da tarifa”, declarou. 
Em seguida, Getúlio Barbosa defendeu o prefeito Tarcízio Pimenta. “O Conselho Municipal de Transporte não é mais consultivo, ele é deliberativo”. Para o vereador, o prefeito deve seguir a recomendação do Conselho. “Quanto ao secretário Flailton, ele deveria evitar esse período, porque vai colocar Feira de Santana em uma situação difícil. Só que não tem ninguém besta. Amanhã, ele vai receber um pombo sem asas – e outra coisa, na hora em que tiver a população queimando ônibus na rua não vai culpar ninguém, ou melhor, culpem o Senhor Flailton Frankles e os conselheiros, pois eles deveriam ter a sensibilidade de convocar essa reunião depois do período festivo”.



Fonte: Jornal Folha do Estado - BA

Subiu!

| por Uyatã Rayra |


Não nos é nenhuma novidade o conchavo do atual e do ex- prefeito com a Sincol. Todas as considerações que eu expor delatando esse relacionamento nefasto causarão a impressão de um déjà vu. Qualquer que seja a injúria por mim expressa soará redundante. 

Nós cidadãos feirenses somos como peru de natal, leitões talvez. A engorda nos é ofertada semanas antes, e nos lambusamos perplexos com toda a fartura micaretesca. Na véspera, quando ainda estamos embriagados com o banquete, entretanto, vem-nos a foice. Ao fim, alguns mínimos se empanturram às nossas custas ...

O Conselho deliberativo de transporte coletivo se reunirá amanhã - como em quase toda véspera de longo feriado. Nem é necessário ser Numerólogo para predizer o futuro. R$ 2,10, talvez R$ 2,15, com a permissão de uma margem de erro.

É de apertar a mente com um torno...

1ª Etapa - PALCO GIRATÓRIO 2010


Rede SESC de difusão e intercâmbio das artes cênicas











AQUELES DOIS

Do conto de Caio Fernando Abreu

Cia. Luna Lunera (MG)


11/04 (domingo) * 20h




Na rotina de uma repartição pública, surgem laços de cumplicidade entre dois novos funcionários. Baseado no conto Num Deserto de Almas Também Desertas, uma Alma Reconhece de Imediato a Outra, de Caio Fernando de Abreu.





Inteira: R$8,00 * Meia: R$4,00

Classificação: 16 anos

TEATRO DA CDL


Amar é...

| por Uyatã Rayra |



É um juízo quase unânime: homem que se relaciona com diversas mulheres é putão, viril, merecedor de louros. Mulher que agarra vários: puta, piriguete, rechaçada pela sociedade. O homem corno é inconcebível, motivo de chacota. Mulher corna: aceitável...

Tais considerações não são motivos para envergonhar-se; isso, aliás, é uma verdade inquebrantável, um dogma. Somos alfabetizados assim, reproduzimos a todo o tempo tais conceitos, acredito até que eles foram conservados e alastrados em nossos cérebros no decorrer dos séculos, e estão resguardados no nosso inconsciente coletivo – e talvez se revelem noturnamente nos nossos sonhos. 

As mais femininas das feministas, os revolucionários mais socialistas, os anarquistas mais anárquicos, os mais liberais dos libertários, o mais sábio dos ermitões, já observei em todas e todos estes os sinais mais vis do monopólio sobre o (a) cônjuge.  Já cheguei a pensar que somos todos e todas paternalistas, mas sinto resquícios de esperanças e alegria em saber que meu eu reducionista é estúpido.

A televisão nos ensina todos os dias como deve ser o amor, a paixão, a afeição. Telespectamos atônitos a amar e ser amados condicionados. Não nos é difícil ser assim, a maioria à nossa volta são, e nos sentimos bem quando aceitos pela multidão. O amor é restrito a linhas fronteiriças bem definidas, e a partir delas o ódio impera. 

Nós homens temos a falsa impressão de que nossas companheiras não sentem desejos - elas devem ser frígidas ao mundo e devassas somente a nós. Algumas mulheres também pensam assim. Nosso amor é chantagista, nos impede a alforria da semelhante. Não aceitamos que ela seja feliz distante de nós. Não queremos que ela vá para um evento sem nossa presença, viajar é impensável.  Se for, e se relacionar com outros, todo nosso gostar volatiza como éter. Somos imbecis. A virtude da prisão é o anseio em libertar-se.

As mulheres são mais cônscias - têm uma desconfiança quase certeira de que os homens são “traidores” natos. Contudo, em sua maioria, caricaturam o ideário machista com matizes quase idênticas, e chego a acreditar que quando a maioria delas aceita uma “traição¹” não é porque são libertárias, talvez seja um sinal da submissão feminina às imposições do nosso entorno, que asseveram o culto extremo aos ditames másculos. Quantas são as mães que só não se separam dos maridos promíscuos porque dependem financeiramente deles???  

Os homens, majoritariamente, são implacáveis. Ser corno talvez seja o segundo rótulo mais repulsivo no universo fundamentalista-masculino-heterossexual – o primeiro suponho ser a homossexualidade. Ser corno é algo que transtorna o ego, motivo inconteste para homicídio.

Aos dezessete anos despertei ao ler “Ame e dê vexame” - livro que relata idéias e vivências pessoais de Roberto Freire. Ele foi a primeira exposição literária, para mim, de como nossa sociedade, baseada fundamentalmente na propriedade privada, consegue nos fazer estender nosso impulso possessivo inclusive às nossas relações afetivas. Freire relata com êxito a incoerência da felicidade mútua numa relação na qual impera o regime de exclusividade. De lá pra cá, tentei ao máximo rever minhas posições e garimpar o conceito de relacionamento; todavia, ainda o profiro com algum pudor, devido à maré adversa. Assumir tal posicionamento de oposição ao senso comum não é simples – sem contar que tenho eu incrustado na minha existência grande carga de machismo ainda: para discursar basta-nos abrir a boca, a provação nos vem quando temos que assumir o discurso enquanto ato ...  


Engels, nos primeiros capítulos de “A origem da família, da Propriedade Privada e do Estado” toma como base os estudos de Lewis Henri Morgan², para demonstrar como se deu o desenvolvimento e a construção da família desde as sociedades comunais até a origem da sociedade civilizada patriarcal. Chamou-me a atenção as considerações e conclusões que o autor tece acerca da consolidação da família monogâmica:

“Foi a primeira forma de família que não se baseava em condições naturais, mas econômicas, e concretamente no triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva, originada espontaneamente. Os gregos proclamavam abertamente que os únicos objetivos da monogamia eram a preponderância do homem na família e a procriação de filhos que só pudessem ser seus para herdar dele.”

Numa nota precedente, ainda de acordo com Engels:

“Reconstituindo retrospectivamente a história da família, Morgan chega, de acordo com a maioria de seus colegas, à conclusão de que existiu uma época primitiva em que imperava, no seio da tribo, o comércio sexual promíscuo, de modo que cada mulher pertencia igualmente a todos os homens e cada homem a todas as mulheres.”

Não creiam que minha função nesse texto seja disseminar o culto à perversão e à orgia. Estou a discorrer sobre algo infinitamente mais sublime. Penso até que existem casais que conseguem estabelecer uma correspondência tão plena e recíproca, ao ponto de nem sentirem a necessidade de saciarem os anseios da carne alhures. O que não acolho é que esse modelo imposto - de que os casais sejam exclusos em si, tal qual “auto-suficientes” - seja estendido e adequado a todos os humanos, e que teime em se camuflar de sinônimo de amar. Perenizamos a noção de ser inconcebível o afeto por mais de um indivíduo, e repelimos com furor nossos instintos mais primitivos. Uma pena ... 

“Amor só vive em liberdade, o ciúme é só vaidade, sofro mais eu vou te libertar”. A maçã - Raul Seixas.


“O coração é pequeno demais para aprisionar os outros, mas grande o bastante para abrigar, quem ama não escraviza, quer ver o outro ser feliz a todo instante, mesmo distante ...
... amar não é depender, é ser o outro sem deixar de ser você!!!”.  
Sem título – Uyatã.



¹ Ponho traição em parênteses, pois creio que nosso conceito de traição é tão ínfimo quanto o de amar... Preferimos antes, trairmos a nós mesmos ...
² Antropólogo estado-unidense, que estudou a origem e evolução das sociedades humanas. 

Vem ai o Fervura Feira Noise - 21/04



O Feira Coletivo Cultural nasceu no início de 2010 com intuito de fomentar e desenvolver atividades culturais em Feira de Santana. Entre os projetos do grupo está o Feira Noise Festival que terá sua segunda edição realizada em outubro deste ano. Com intuito de tornar cada vez mais forte o festival, o Feira Coletivo irá realizar aquecimentos para o Feira Noise durante o ano, foi a partir dessa idéia que nasceu o projeto FERVURA FEIRA NOISE. A primeira data para o FERVURA já está marcada e será realizada em parceria com o Circuito Fora do Eixo.






Nosso primeiro aquecimento fará parte da 2ª Tour Nordeste Fora do Eixo e contará com as duas mais badaladas bandas do cenário independente nacional na atualidade.




Mini Box Lunar vem do Amapá e foi uma das bandas mais comentadas em 2009. Participou dos principais festivais independentes pelo Brasil no último ano e é presença garantida em 2010 em festivais como BANANADA e ABRIL PRO ROCK. O sonoridade é um Pop Folk Rock Psicodélico Tropicalista, isso mesmo, a influencias são diversas, mas este caleidoscópio sonoro é iluminado por nomes como Secos & Molhados e Mutantes e porque não citar também Caetano, Carmen Miranda? A banda não tem limites, entre marchinhas carnavalescas, baladas lisérgicas, valsinhas psicodélicas, doces melodias, guitarras discretas e um ar retrô todo especial o grupo empolga qualquer platéia com as texturas e sons ainda não vistos e ouvidos nas bandas de cá, pelo menos ao vivo e com muitas cores.
Myspace: http://www.myspace.com/miniboxlunar










Nevilton é uma banda paranaense e como a maioria das bandas vindas da região sul é fortemente influenciada pelo rock inglês principalmente Beatles, The Who, e coisas mais novas como Arctic Monkeys, mas o trio também bebe em outras fontes e nomes como Pixies, Cake, Los Hermanos, Hellacopters, Pavement, Razorlight, com certeza virão a sua cabeça assim que ouvir o EP lançado pela banda no ano passado, PRESUPOSTO, ou ao vê-la ao vivo, diga-se de passagem, ao vivo é onde a banda é simplesmente fantástica, extremamente performática e com uma energia sonora incomparável, não é à toa que a banda desde 2009 não para, esteve presente em grandes festivais e este ano continua seu giro, se apresentando nas principais cidades do nordeste.
Myspace: http://www.myspace.com/nevilton









Clube de Patifes já é um velho conhecido do público feirense, por tanto dispensa apresentações, nos seus já 12 anos de existência a banda faz um bluesrock energético e em português para nenhum fã do bom e velho rocknroll botar defeito, apresentando seu novo show que conta com a participação do DJ Don Maths, o mais novo sócio do clube, a banda só surpreende a cada apresentação e com certeza não será diferente no próximo dia 21 de Abril.


Myspace: http://www.myspace.com/clubedepatifes









Calafrio surgiu em 2005 liderada por Siddartha Guatamma e Pedro Patrocínio vai estar presente na primeira edição do Fervura Feira Noise completando a grade de atrações do evento. Com guitarras furiosas, muita melodia e uma pegada pop viciante, a banda mostra em suas composições influências diversas, de Beatles a Foo Fighters, mesclando o clássico com o novo tornando impossível você não vibrar com canções como Valet, Ácido, A+B, entre outras canções que já viraram verdadeiros hits locais e itens obrigatório no repertório do grupo. Neste 5 anos de estrada a banda já tem na bagagem dois trabalhos, o primeiro Ep chamado “Para ambos os lados” e em 2008 lançaram o álbum homônimo “Calafrio” com 11 faixas.

Myspace: http://www.myspace.com/calafrio


FERVURA FEIRA NOISE:

DATA: 21 DE ABRIL
LOCAL: BOTEKIN TEMATIC BAR – AV. JOÃO DURVAL CARNEIRO S/N – Próximo ao Antigo Bingo Feira.
HORÁRIO: 17 H
Ingessos: Antecipados R$ 8,00 à venda no Shopping Boulevard

Mais informações: http://feiracoletivo.blogspot.com/ - http://twitter.com/feiracoletivo

Meus tweets favoritos


Autor (a): Monique Cavalcante

Pensar em meus tweets favoritos não é exatamente uma tarefa fácil, muito menos se pararmos para pensar na quantidade de twitters vs a quantidade que seus donos tuitam por dia. No fim das contas dá para fazer um livro, coisa que (creiam!) já andam publicando por aí. Claro que mais da metade desses tweets você não vê, não dá importância ou acha ruim mesmo. Eu tive que fazer uma pesquisa no meu próprio favoritos para conseguir escrever esse texto. 

No início, comecei a favoritar um tweet de cada pessoa, sem deixar que houvesse repetição. Não rolou. Às vezes, eu enfrentava o dilema de ter que decidir qual dos tuites de um mesmo usuário deveria levar a estrela amarela para casa. Ou eu perdia minutos da minha vida pensando nisso, ou eu abria mão dessa bobagem. Fiquei com a segunda opção.

Primeiro Seminário de Lutas Sociais Em Feira de Santana


O Laboratório De História e Memória Da Esquerda e Das Lutas Sociais (LABELU), organiza, com apoio da UEFS, CUCA e PROEX, o Primeiro Seminário de Lutas Sociais Em Feira de Santana, nos dias 07, 08 e 09 de abril, no CUCA. O Seminário traz uma proposta de construir uma maior integração entre a comunidade feirense e a universidade sobre as questões sociais da cidade, sua história de conflitos e lutas. Contando com a participação não só de historiadores, como também dos movimentos sociais, estudantes secundaristas, universitários, memorialistas e demais setores da nossa comunidade, busca uma maior aproximação das produções acadêmicas (pesquisas) realizadas sobre Feira de Santana, o trabalho de memória realizado por esses pesquisadores para a construção da história local e os outros setores que a cidade contém como parte de si, sua população como um todo.

Confissões de um olho só

Bailando ao Vento |

A aproximação de um “astro-intruso” para magnetizar uma humanidade degradada vem a ser uma das colocações mais instigantes feitas pelos seres de um olho só. Pode-se dizer que não há ocorrências imprevistas nos eventos Siderais, tudo é manifestação exata da Lei Cósmica, que rege e organiza o Eterno Pensamento de Deus. Atualmente a circunvizinhança etéreo-astral da Terra está povoada de detritos mentais acumulados por milênios. Esse astro é como se fosse um gigantesco aspirador magnético, absorvedor dos detritos mentais. Todo o invólucro astral-etérico da Terra sofrerá o impacto renovador energético promovido pelo astro intruso. As vibrações psíquicas, que se constituem de um teor energético etéreo, estão avivando tendências semelhantes em almas afins.

Entre vícios e refluxos cotidianos




Era apenas um dia sobreposto a outro. E no seu pensamento não havia nada novo. O mundo era tragável. E as centelhas da realidade eram como páginas lidas sem entusiasmo.

A noite chegara com toda sua costumeira solidão, embora seus olhos estivessem cheios de pessoas movimentando-se vagarosamente naquele jardim negro onde estava. A beleza quieta das flores noturnas saltava sobre seus olhos. Compactuado pelo frio, a noite o tornara perplexo. Gelidamente perplexo. Aquela sensação de frio transgredia a rotina de sua velha visita ao parque. Preocupou-se. Já fora do costume, desejou ser aquecido. Talvez fosse necessário suplicar a algum passante, a gentileza de um abraço. Ou, caso não produzisse coragem, devesse esquecer o desconhecido daquela situação, e costumar-se-ia ao sentimento de estar gelado por dentro, e agora, por fora. Divagou. E reparou nos transeuntes com a crueldade típica. Porém, temeu o que pensou. Viu uma velhinha, e temeu o que havia sentido.

Uma odisséia chamada Luísa...

Sabemos como começou, mas não temos a miníma idéia como terminará...

31 de março de 2010, 22 horas e 21 minutos, toca o celular:
- Amor, tive umas dores, ocorreu um pequeno sangramento, fui ao médico e ele disse "cara senhora está em trabalho de parto". Estou saido agora de Teolândia para Feira.
Eu meio pasmo pergunto:
- Vai nascer?!
Ela responde:
-Isso!
Então fico confunso e pergunto mais uma vez:
- Vai nascer de verdade?
Ela responde:
- Isso, vai nascer!

O Carnaval da Originalidade



O resgate dos pierrôs e das colombinas marca o carnaval carioca e leva os foliões a transformarem-se com suas fantasias. É o carnaval das contradições, de um lado a  elite desvendada no sambódromo e personificada na figura das escolas de samba e de outro o carnaval da democracia representado pelo povo nos seus bairros. O “glamour” do sambódromo não apaga a alegria das festas nos bairros, pois a sapucaí é mais uma opção, e não a única. A festa espalha-se nos bairros e faz questão de relembrar as origens do carnaval com as antigas marchinhas. 

"Farsa da Boa Preguiça" em Feira, neste domingo

De autoria do paraibano Ariano Suassuna, considerado o Shakespeare brasileiro, a peça Farsa da Boa preguiça, será apresentada em Feira de Santana no domingo (quatro de abril), às 18 horas, no Espaço de Cultura, Arte e Lazer Macus Morais


O espetáculo, que retrata a cultura popular nordestina, já circulou por quase todos os estados da região, incluindo Paraíba, Ceará, Rio Grande do norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e finalmente chega à Bahia. A primeira das cidades baianas por onde passa é Feira, quatro de abril, e, na sequência, segue para Santo Amaro, onde será apresentado dia seis, depois para Salvador, oito e nove. A peça é um projeto do "Grupo Ser Tão Teatro", de João Pessoa (PB), que tem parceria com o grupo "Clowns de Shekespeare", patrocínio do Programa Eletrobrás de Cultura e integra o prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura, e o Prêmio Funarte de Artes Cênicas na Rua.


As apresentações são gratuitas.

Ré laços

 
Dedico este texto ao Sol da festa.




As possibilidades são infinitas, mas uma das que tenho mais observado em minhas vivências são as relações regressivas, eu diria, do espírito ao animal. Este tipo de relacionamento pode ser descrito num “fluxograma de sete passos”, através dos pontos de concentração energética do corpo, os chakras que se desencadeiam mais ou menos da seguinte forma:

Elas começam ao nível do topo cerebral no Chakra da Coroa*, em que as relações são iniciadas sendo assim percebidas em âmbito inconsciente, assim podem ser claros e evidenciados através dos sonhos, tendo caráter altamente simbólico. Em seguida parte para o Chakra da Fronte*, dos pensamentos, um segundo passo para a construção relacional, simbolizado nos “três olhares” da freqüência mental, expressando a troca principalmente pelos olhares, que antecede em breve o terceiro passo, que pode ser facultativo, digo isso já que às vezes é inevitável, o Chakra da Garganta*. Vibrados a sons revezados agudos e graves, as cordas de vocação tocam em mesmo tom, dando ritmos compassados que formam a “tão” (Tao? :)) conhecida fala, este meio de comunicação muito utilizado em pleno século contemporâneo. Depois de tantas trocas, os laços já estão firmes o suficiente para trocar sentimentos, que estão muito bem sentidos e simbolizados no Chakra do Coração*. O maestro bate incessantemente ao compasso do ambiente, de melancólico a frenético êxtase, metamorfoseia os sentimentos, que infinitos e coloridos, um pouco menos para os daltônicos, preenchem a coluna de sustenção dos relacionamentos – é um dos pontos principais, se é que algum pode ser ignorado.

Passados pelo eixo central vamos a um futuro próximo, o Chakra Solar*, que seria o indivíduo da relação coletiva, ou seja, ambas as partes pensam em algum momento dentro da relação em si mesmas, julgam valores, interesses e desejos que vão resultar em ações posteriores dando rumo a relação. Esse chakra tem como arquétipo o Servo ou o Guerreiro. Em seguida um dos chakras mais cobiçados na contemporaneidade, que é expresso explicitamente na sexualidade, o Chakra do Sacro*, sendo o ponto do toque íntimo, carnificando o que antes habitava somente o espírito. É claro que tanta intimidade e aproximação requer escolhas, e numa era de vícios é explícita tanta confusão de identidades, que penso eu, ser por causa dos prazeres e bem estar que essa parte da relação nos traz. Realmente o gozo do poder da criação é lubrificante de idéias, nos co-move em direções lúdicas, trabalhosas, estreitas, alucinantes. Ao final, o ciclo é fechado no Chakra da Raiz*, que simboliza perfeitamente a base existencial. Nem todas as relações chegam neste ponto, pois a proximidade é peculiar a poucos que fazem parte de nossas vidas, e aos poucos que fazem, nem todos se aproximam a ponto de alinhar os setes pontos vitais de concentração energética.

Numa era de separações dos indivíduos, as necessidades de relações humanas se tornam cada dia mais intensas, como se os relacionamentos e as trocas fossem uma ajuda a nós mesmos, a humanidade.

Diego Pascoal.

* Wauters, Ambika, Journey of Self Discovery (As Varias Etapas da Autodescoberta), Cultrix, São Paulo, 1996.