Pelo fim dos Estaduais

Estamos chegando ao fim dos torneios estaduais de Futebol pelo Brasil, já temos alguns campeões (Coritiba/PR e Cuiabá/MT) e os demais se aproximam da fase final, que além do Título ainda garantem aos clubes, principalmente aos menores, uma vaga na Copa do Brasil do próximo ano. Mas existe outra observação a ser feita sobre os atuais torneios estaduais; o seu péssimo desempenho técnico, mas principalmente financeiro, assim creio que este modelo de torneio chegou ao seu limite histórico, ou seja, ele não ajuda mais os grandes clubes e por cima prejudica os pequenos que poderiam se beneficiar da sua manutenção.

Arte_Política


|por Camilo Alvarenga|
POESIA, CINEMA E REVELAÇÃO.
14 de março ficou para trás... Virão 15, 16 e assim por diante, como sobrevive a cultura?  Como se tocam projetos de ordem e grandeza tão elevadas como a criação poética ou a arte cinematográfica? Como tratamos estas questões?

Apontamentos sobre as mudanças aprovadas no 6º Congresso e os rumos da Revolução Cubana

|por Juliano Medeiros*|
Terminou na última terça-feira, em Havana, o 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba. Uma vez concluídas as discussões, é possível analisar mais concretamente os impactos da chamada reestruturação econômica sobre a revolução cubana e dialogar com as muitas preocupações que têm sido manifestadas em relação às mudanças no sistema econômico. Além das propostas na economia, o Congresso apontou ainda mudanças na estrutura política do partido e do Estado, que serão debatidas numa conferência específica, a realizar-se em janeiro do próximo ano, e que buscará colocar o partido e o Estado no ritmo da modernização proposta inicialmente no campo econômico. Portanto, atenho-me aqui apenas às mudanças previstas para a economia.

Um mundo livre de drogas*

|por Marco Macedo§|

Imagine um mundo livre de drogas. Nada de maconha nas festinhas universitárias, nem lanças-perfumes nas micaretas. Os colonos andinos não mais mascariam folhas de coca (encontrariam outra maneira de suportar a altitude), a cocaína não seria mais a curtição dos ricos, tampouco o crack a tentadora perdição dos pobres. As raves não teriam mais ecstasys ou anfetaminas. LSD seria apenas a abreviação da música Lucy in the Sky with Diamonds e heroína tão somente o feminino de herói. Ah, já ia esquecendo, os membros do Santo Daime também não beberiam o chá ayahuasca e os xamanistas não fumariam a Sálvia, nem fariam uso do Peyote (afinal, a que servem essas “seitas” se as religiões cristãs ocidentais são tão mais “verdadeiras”?) . As crianças de rua também não cheirariam mais cola de sapateiro: suportariam a realidade em que vivem sem recurso a essa “válvula de escape”.

Nenhum de nós a menos

|por Helen Fraga*|

Em um desses dias de sol quente, em Feira de Santana, uma reunião em uma praça marca a saída de um ato em mobilização contra o aumento da tarifa do transporte na cidade. São muitos de jovens corações. Muitos braços erguidos, pernas aos tropeços e olhares atentos. Mais um dia de abril de dois mil e onze, quente e um redemoinho de emoções. Mas o que motivaria estes jovens a saírem às ruas, numa quarta-feira de abril, quando o aumento da passagem era um fato consumado, como bem nos perguntavam quando passávamos pelas ruas? Para quê?

Charla Jânio...

|por Conselho Editorial|


Numa manhã ensolarada na Praça do Borogodó, UEFS, o Jornalista Potifeirense, como o mesmo se denomina, Jânio Rego entra num bate papo agradável e interessante. Fala-se um pouco de tudo, de Feira, das Rádios , da possibilidade de um Grande Jornal Impresso em nossa cidade, regulamentação dos meios de Comunicação e sobre José Ronaldo... Dê uma olhada e vamos debater Fêra...

E no fim a Globo venceu...

|por Paulo Moraes|
Não faz muito tempo escrevemos que o futebol brasileiro poderia ter feito sua primeira revolução burguesa e então começar a construir as bases de um dos maiores torneios de Futebol do Mundo. No entanto a Globo venceu e continuaremos a ter um campeonato medíocre, com horários malucos tudo a gosto da toda poderosa Rede Globo de Comunicação. Entretanto tem coisa pior, que é o inicio da construção, em um país com mais de 190 milhões pessoas, de meia dúzia de times com chances de ganhar este torneio, e o desastre maior, concentrados no Eixo Rio-São Paulo.

Olympe de Gauges e os direitos das mulheres

|por Bruno Heim*|
Olympe de Gauges foi uma das maiores protagonistas femininas da Revolução Francesa. Aguerrida militante, acompanhou as lutas sociais que impunham um fim ao regime absolutista, e constituíam uma nova forma de poder. Tão logo, porém, a revolução começara a tomar seus contornos, de Gauges percebeu que suas aspirações ideológicas não seriam implementadas. Do privilégio dos nobres e clero, que excluíam a burguesia e os trabalhadores do poder, passar-se-ia ao privilégio dos homens, usurpando a possibilidade das mulheres influenciarem nos rumos políticos da nação.

Meio Fio ou o Documento Histórico

|por Camilo Alvarenga|

Diante do tempo um estranho. Em terra natal, estrangeiro. Diante do amor irresponsável, inconsequente. Agora, luz do céu, é dia claro, e cruel a emoção, se desmancha, dissolve lágrimas, lamenta um grito, e um é de mais.  Sobriamente o sistema recompõe as suas armas, e eu, sozinho, cultivo cada vez mais escudos de palavras.

JURACI DÓREA REVISITADO (1º Parte)

|Por Camillo Alvarenga|

Em outubro de 2004 através das Edições Cordel veio a público a Coleção Beiço de Jegue Não é arroz Doce -1, que conta no conselho editorial com Roberval Pereyr, Antônio Brasileiro além de Trazíbulo Henrique Pardo Casas e Salete Aguiar nomes de ativismo literário na cena artística baiana. Destacamos para uma breve análise a pequena antologia poética assinada por Juraci Dórea e intitulada Nuanças.

É Racismo Sim, Srª Promotora!


Os fatos sobejamente noticiados na mídia sobre a violência policial contra o jovem Helder Santos, estudante, negro, cabelo rastafari, baiano, estudante de história da UniPampas, no Rio Grande do Sul, É RACISMO SIM! Racismo de Estado, institucional, que busca inverter o ônus da exclusão e da violência, e do próprio racismo imputando-o aos negros e negras deste país o fato de serem violentados em sua dignidade.

Fogo ainda é pouco!

|por Jhonatas Monteiro*|
2,15 já é roubo
2,37 é fogo no buzú
                Anônimo

Diante da recente queima de um ônibus do sistema de transporte coletivo de Feira de Santana, no campus da UEFS, rapidamente se espalhou por várias partes da cidade, à boca pequena, um espírito geral: “até que enfim!”. É claro, a maior parte da mídia local se esmerou em cumprir o seu honroso papel, denunciando o ato enquanto “vandalismo”, alardeando os “prejuízos” do empresariado e apontando possíveis “culpados”. Como costumeiro, tanto em uma revolução social quanto no mais simples protesto, a opinião dos ditos “formadores de opinião” nunca esteve tão desencontrada da sensibilidade popular. Afinal, se entre o povo feirense pode haver algum questionamento acerca da forma que assumiu o ato de contestação da situação do transporte, por outro lado, não parece haver qualquer dúvida quanto ao seu sentido e é justamente sobre este último que a cobertura midiática não deu um pio: o que levou pessoas a queimarem um ônibus do transporte coletivo de sua cidade? O que está acontecendo com o transporte coletivo feirense ao ponto de indignar? O transporte atende a maioria da população? O preço da passagem é justo?

Dunas

Texto Ed Samper*
Arte Don Guto*






Havia uma mulher que colhia panos das bordas de uma lagoa que agonizava por sabão e sapos. O cheiro não era de mar, o sabão já não tinha cheiro e a mulher colhia sapos mortos das bordas de suas roupas fétidas. Não eram suas as roupas: lavava trouxas daqueles que passavam cheques que ela deixava acumular para ir uma única vez ao banco para ir uma só vez às compras que alimentavam seus nove que não tinham pai cuja existência fora levada pelo compadre Bento numa discussão em meio a retângulos brancos marcados por diminutos círculos pretos, goles de malte com cevada e golpes de peixeira...