Fissão, Ficção, Fique são, Fixação, Feição


O que me fascina ao escrever é a capacidade de imaginar...

Confabulando com minhas idéias, tive a sensação de estarmos presentes num conjunto de vidas, entranhadas pela teia visível. Percebi então a simplicidade que o reflexo tido em meus olhos consegue acompanhar, a isso sempre chamei de real e compreensível. O pilar base era a razão das ciências, na qual tinha certezas que me faziam acreditar que em algum momento conseguiríamos englobar o todo, nos tornando esclarecidos das idéias, detentores do conhecimento, prontos a julgar.

As experiências das vivências de um cotidiano de ordem sistêmica caótica me contaminavam com o objeto do óbvio, no qual o sentido estaria logo ali, a um apertar de botões. 

Na saudade da ida, partiu meu desprezo pelo incerto e caí nas graças do inexplicável. Vi o descontente, o incalculável que existia dentro de mim, e que somente o bem não preenchia minhas entranhas, percebi que o bucólico vinha acompanhado das crises que impulsionavam as revoluções, senti o amor vivendo próximo ao ódio, aprendi que da felicidade nasceu a dor, como o belo que causa o feio, assim o monstro cria o epífano. 
Saber que habitam dentro de nós pensamentos inconcebíveis perante uma moral e ética constituídas é estar consciente do que existe, independentemente quais serão os valores, os julgamentos e ponderações... Sabemos apenas que eles existem, sem um por que. A incompreensão pode causar insônia, diriam alguns inquietos, já meu indivíduo, diria que a total percepção levaria a loucura.

Sabemos que há séculos de anos luz convivem unidos o bem e o mal numa só pessoa, ungidos de um espaço, vibram em todas as palavras. Soadas a sinos, as catedrais dos tempos mostram o quanto de arrependimento e orgulho temos por nossos erros e acertos acumulados ao longo dos dias. Ao viver nas “vidatitudes” dos ciclos, vemos a necessidade de uma morte, assim podemos enterrar os corpos como adubo, fertilizando a Terra, nascendo novamente do útero o feto, mas onde estaria essa alma antes do templo fisiológico estar pronto? Acreditamos na morte talvez mais do que na vida, pois ao colhermos as frutas das sementes plantadas vemos os frutos da Lua cheia, cremos na continuidade de que prosseguir é preciso. Mesmo ao acaso e inconsciente a Mãe continua a gerar suas proles, havendo uma disputa acirrada entre as taxas de natalidade e mortalidade, um desafio contínuo e incansável da Natureza. Qual seria o propósito? Será que existe alguma finalidade suprema, que rege a orquestra dos dias? Claro que é possível adotar um sentido, pois há tantos órfãos na guerra como estrelas no céu à noite.

Na idéia de humano sendo história no relatar dos dias, sendo atuante na deflagração térmica, me sinto partícipe atuante do equilíbrio osmótico, pois até mesmo numa sutil percepção de harmonia coincidente entre explosões galácticas, ondas do mar, sons de A a U (M) e corpos dançantes, há revelação do além, um além da compreensão racional do qual somos ensinados diariamente em nossa contemporaneidade. Se não esquecemos é por que talvez ainda desconheçamos, por isso acredito na necessidade da evolução, no sentido de acrescentar, descobrir, enriquecendo o conhecimento que construímos ao longo do tempo, pois conhecer não é dominar.

Um só ser tem uma vontade incansável de sobreviver, imagine seis bilhões, como conspirar contra esse movimento marítimo, a Nova Ordem Mundial seria uma solução para essa desordem? Um pouco mais modesto acredito que a escolha do UniVerso que nos ronda, está em nossas mãos literalmente, em descobrirmos nossa real essência do micro ao macro, na compreensão de nossa natureza insólita e animalesca, de nosso papel no coletivo, reconhecendo na diferença do outro a nós mesmos.

Contrariando as leis da física instauradas, acredito que podemos criar energia e não apenas transformá-la. Na realidade, seria uma transferência energética de dimensões, no qual o portal seria “O Ponto Triplo”, a conexão entre as dimensões do corpo e da alma a onde nascem os pensamentos, sendo assim o ponto de encontro do corpo, dos pensamentos e da alma gerando a lama do húmus. Assim na idéia do equilíbrio osmótico, a energia seria permutada entre a matéria no qual corresponde aos corpos e a anti-matéria que expressa a alma, tendo na incidência a formação de energia pura. A vazão pode ser alterada com a expansão do ponto triplo, simbolizado por um anel dourado, aumentando o fluxo energético. As Sete chaves, necessidade, fé, psicoativos, loucura, sentimentos, coincidência de ondas e meditação, que abrem as portas da percepção, são as responsáveis pela expansão do anel, nos revelando a genialidade dos acontecimentos. Os milagres são exemplos evidentes dessa expansão do portal que une as dimensões, favorecendo o balanceamento energético em condições adversas.

Vivendo nos mistérios dos ciclos lunares sinto ameaçada a minha divindade de viver pela ambição do poder, do egoísmo solitário, sendo levado a crer que existe uma conspiração mundial organizada que vai de encontro ao sustentável, agindo em sentido contrário às confluências do trajeto do rio, tentando barrar o deságüe no Oceano cósmico. 

Mesmo com todos os desafios que temos na rotina dos dias, não há sinais de desistência, por mais difícil que seja, estamos rentes aos limites entre a vida e a morte sendo alimentados pelas lembranças de eternos momentos, preenchidos de instantes mutáveis, na crença da sustenbilidade, dando continuidade ao Ser, e que, se por algum pensamento de ordem for colocado em risco a experiência da existência de Ser Humano, que o Caos seja estabelecido confundindo a certeza da separação.  Assim como acreditavam os Maias talvez fique para o Sol essa responsabilidade. 

Tirando forças da onde não se tem, criando energia... Na esperança dos dias de Sol acompanhados do arco íris.

Diego Pascal, estudante da UEFS.

3 comentários:

25 de abril de 2010 às 15:06 Unknown disse...

Imaginar e criar,não creio que imaginar revele a potência divinamente arquitetônica do homem, releve...caso sim, criemos outros planos, um plano B(ou Z), por que aqui a coisa tá ficando feia. "Paremos o mundo" para VER, quem sabe possamos buscar um planeta Kripton perdido com o escopo de sermos, por lá, avatares de uma Nova Era, ou Supers-Homens nietzschianos. Burlar nós mesmos é a tarefa do "homem" desde o princípio. Do homem? Do Bem ou do Mal? Talvez do Mal que há em nós, ou do Mal que há nababescamente inserido nestas veias que hão de virar p(ó)eira, que já são poeira-em-alto-mar. O que fazer então? Nada. Nadar seria o mais viável. Teríamos o poder de sabermos ser Nada? lograr o ego? legá-lo a condição de vilipêndio do óbvio? Já sei, hoje sim sei... seremos cada vez mais cultos em nossa involução semi-intermitente, pois disse um dos deuses da contemporaneidade: " Deus não joga dados com o universo", sabendo ele que a maior façanha de um inimigo é tornar-se invisível... Vamos borboletear por esta era vindoura, presente, fazendo o que esta mesma alma fez tempos atrás, se é que fora, repetir a roda de Samsara, o eterno retorno do erro, como o bater de cílios num universo amorfo, como um Goku de Dragon Ball Z teletransportando a energia de semi-planos inconcebíveis, Enochianos, por que não dizer, demoníacos...os Impérios sempre caem, disto sei, com uma impressionante certeza que nunca tive e que só Um a pode tirar: Deus, este império do Chaos também cairá,e não haverá Ordem advinda dele, a Ordem está antes dele e o possível caos antes da ordem me é inimaginável, até prescindível...desculpe o texto totalmente tendencioso, man, não poderia ser diferente, realmente, não poderia ser diferente...abração e que Deus esteja convosco: Paz, Amor e FÉ.

25 de abril de 2010 às 15:08 Unknown disse...

O texto tá massa.

1 de maio de 2010 às 09:54 Hum bárbaro disse...

"A malandragem promete resistir"

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