ÁGUAS PARADAS NÃO MOVEM MOINHOS

| Por Weslley Almeida* |


“Os cavalos nascem, ao passo que os homens se formam”
"Não se entra duas vezes no mesmo rio [que corre]"

Este constante devir do ser-sendo que figura o processo dialético legítimo do existir faz-nos vislumbrar – se nos permitirmos – não só as duas margens do rio, mas tantas outras que nele há. Nossas experiências permitem-nos, assim, portanto, via de regra, novos fluíres, e nos conduzem reflexivamente de volta à nascente, de volta à essência do existir humano, pelos transfluxos da nossa eco-dinamicidade, e, deste modo, podemos rever a nossa imanência/transcendência no mundo.


Disto não se pode prescindir. Não se pode abrir mão de experimentar o "estar- absorto-no-mundo" diante das atrocidades e bonitezas da vida e do que ela representa em práxis e ontologia. Pois, os momentos ético-estéticos extremos e opostos (guerra/amor, morte/nascimento, opressão/libertação...), nos fazem entender-nos mais humanos e desumanos, e nos movem ao futuro e ao passado do nosso presente.

É, portanto, imperioso observar o caminho e se mover, disparar... Pois, represamento é o que acontece às águas que não correm, e que, portanto, não se renovam. É isto que nos querem propor com esses vieses moldados, convencionados e estagnantes do status quo, que barram o ser homo continuus. Destarte, somos, então, controlados. Ficamos estáticos. E o que nos acontece...? Águas paradas não movem moinhos...






*Weslley Almeida é autor do blog Le-Tranças (www.letrancas.blogspot.com)

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