Neyquem?

|por Rafael Almeida|

Corinthians X Santos, sendo mais ilustrativo, Tite X Neymar. Não existe um time tão organizado taticamente no Brasil como o Corinthians. Contando com o jogo dessa quarta, são 2 gols tomados em 11 jogos na Libertadores, um número impressionante. Do outro lado um time também organizado, montado pelo monstro Muricy, mas que para vencer a poderosa marcação corinthiana precisaria de algo diferente do previsível, pois na esfera do previsível o Corinthians é melhor.

A partida começou com uma surpresa, o Corinthians fora de casa foi pra cima do time da Vila, atacando com triangulações muito bem arquitetadas, e aos 27’ da etapa inicial Emerson acerta um belo chute após passe de Paulinho, abrindo o placar. A equipe do Parque São Jorge que já dominava a partida, manteve a postura impecável até o final do primeiro tempo, dando pouco espaço para o Santos tentar algo. A válvula de escape da equipe da Vila precisava aparecer, mas acabou engolido pela marcação implacável corinthiana. Neymar pouco fez o jogo inteiro.

O segundo tempo começou com o Santos agredindo um pouco mais, e criando algumas chances. Mas Cássio está surpreendendo cada vez mais pela personalidade e competência, e quando o ataque santista não parou na marcação, parou nas mãos do goleiro. O jogo ainda reservou uma emoção a mais, a expulsão do Sheik, que pôs fogo na partida. Aos 37’ da etapa final um apagão na Vila acabou esfriando um pouco o ímpeto santista, e na volta o cenário não mudou.

Vitória corinthiana com todos os méritos. Atuação impecável, méritos de Tite e das peças que compõem o melhor conjunto do país, que separados não são grande coisa, mas juntos formam uma equipe consciente e consistente, capaz de vencer qualquer competição e qualquer equipe latino-americana.

Após o término do jogo, o xodó da Vila não satisfeito em ter sido coadjuvante na noite, resolveu aparecer através dos microfones dando uma de Pelé, com a seguinte declaração: “Pelo que entendo de futebol, só jogou um time o jogo inteiro. O Emerson acertou um belo chute e acabou fazendo o gol”. Pelo que eu entendo de futebol, Neymar precisa melhorar bastante para no jogo de volta aparecer em campo e levar sua equipe à final da Libertadores. Jogos como o de hoje são para mostrar aos bairristas de plantão que ainda é abissal a diferença entre Messi e Neymar.

Rafael Almeida é Economista pela UEFS e Mestrando em Ciências Sociais pela UFRB.

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