|por Joilson Santos*|
Feira de Santana, como canta nosso amigo Uyatã Rayra é uma “Princesa Comercial”, tudo acontece na base do dinheiro, como se diz muito, “ninguém faz nada de graça”. Uma cidade onde o capitalismo está no DNA, para algumas pessoas é praticamente impossível trabalhar com economia solidária, e todo escopo de ações que envolve troca de serviços, trabalhos colaborativos, troca de produtos por serviços, e por aí vai. Para nós do Feira Coletivo nossa cidade é um terreno fértil para tais ações. Existem desafios? Sim, um monte, mas uma cidade que nasceu de uma Feira também tem marcado nas entranhas a idéia da troca, do escambo e que com certeza acontece muito ainda sem destaque algum.
Quando planejamos a edição deste ano do Feira Noise, estávamos contando com a aprovação do nosso projeto no fundo de cultura, que acabou não vindo. Então tivemos que reconfigurar o festival, e reduzir todas as atividades que tínhamos planejado à apenas shows musicais. O teatro, a feira de artesanato, as oficinas, tudo foi eliminado e pomos o barco para andar, mas no processo seguinte, nós do coletivo sempre falando nessas possibilidades de troca por onde passávamos, aconteceu uma coisa fantástica, nosso evento foi voltando a tomar a forma inicial, os colaboradores foram surgindo e de repente já tínhamos de novo as oficinas, a feira, o teatro, a mesa redonda, exposição de artes visuais, o cordel, e pronto! Reunimos parceiros e conseguimos no mesmo espaço várias linguagens artísticas, e mais, de uma vez só conseguimos por no mesmo caldeirão um número considerável de prestadores de serviços e que estão abertos a novas alternativas e soluções e conseguimos estabelecer um diálogo inicial, mais promissor, e trazer todas essas novas possibilidades de trabalho para estas pessoas. E desta forma adiantamos algumas etapas da construção desse banco de serviços e consequentemente da implatanção da nossa moeda social.
O Festival foi realizado no último fim de semana, e foi um sucesso, conseguimos chamar a atenção da cidade para um evento que pontua que a cultura em Feira de Santana está em um novo momento. Ouvi muita gente dizer que é difícil, que vai dá trabalho, que é complicado e os desafios são infindáveis. Mas quem disse que temos medo? Estamos aqui para isso!
*É membro do Clube de Patifes e do Feira Coletivo Cultural
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