|por Camillo Alvarenga*|
Os 3 primeiros meses deste ano são de fato indícios de uma nova década, realmente. As manifestações da cultura popular são cada vez mais emolduradas num estereotipismo que constrange. A cidade que me acolheu a mais ou menos 5 anos toma faces cada vez mais conturbadas, uma espécie de conurbação cultural é o fenômeno que avisto em terras ultimamente tão áridas no que tange a movimentos articulados de qualquer natureza, a música tem se organizado de sobremaneira, mas não se sabe até quando a essas custas e custos.
O futebol deixa a cidade refém de uma competição que pouco interessa economicamente quanto no que tange a entretenimento, vive-se no esporte dum saudosismo que idolatra um finado “touro” que nem do sertão consegue ser, agreste é mesmo o caso das 04 linhas na cidade. Caoticamente a sociedade de consumo feirense segue acelerada em direção as novas tendências aplacadas pelos seus departamentos de novas tecnologias a lojas que reproduzem a moda nas vitrines sem passarelas.
Mas no meio de toda essa celeuma, o que mais impressiona sem dúvida é de fato dois nuances de ponta: a religião e a política. A primeira por um lado interessa aos grandes cartéis da fé que se formam por segundo em qualquer terreno, prédio ou casa da nossa cidade, basta arrumarem um púlpito e pessoas realmente dependentes de uma qualquer (des)orientação espiritual , psicológica para fazerem a tão necessária lavagem cerebral no rebanho, tornar todos(as) ovelhas, gado servindo a vontade do “Senhor”, dos senhores apóstolos, bispos e pastores, estes cruéis seres que alienam pelo puro prazer de fazerem seus fiéis dizimarem-se aos seus pés levando toda sorte de mal condução em assuntos familiares ou profissionais ao altar das seitas que se alastram dando através do protestantismo – sobre isto ver o sociólogo alemão Max Weber: A ética protestante e o espírito do capitalismo – a receita para prosperar na terra do meu, do seu, do nosso capital.
O que por sua vez desemboca na segunda estrutura social em análise: a política. Ah... Instituição tão maltratada, a coisa aqui é pior, troca-se a identidade por um cargo, as inclinações ideológicas são de acordo a força da legenda, a filosofia de campanha passa perto “dum coração partido”, “meu partido” corrompeu-se e fiquei sem aliados, ilhado, a câmara esta infestada de carrapatos e sanguinários assessores, as possibilidades de crítica e reflexão relegadas a exercícios acadêmicos. Os movimentos sociais... Repressão policial.
Agora só o improviso, o risco, o escrito, nem a velha Transa resistiu as investidas do sistema, esfacelou-se, agora estamos órfãos mal visitamos o blog (site), mal nos visitamos, e a í transeuntes de plantão? E aí conselho? A cidade precisa da revista, neste momento mais ainda, breve novo aumento de passagem, lá vem outro micareta, que irá fazer soar novos acordes na cabeça dos feirenses, como será a cor dos pensamentos da juventude, o que leremos?
* Camillo é Bacharelando em Ciências Sociais na Federal do Recôncavo, ainda exerce atípica função de "correspondente estrangeiro " da Transa Revista na cosmopolita Cachoeira de então. http://opiodosintelectuais.blogspot.com/
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