Pisa em ação no MAC - Foto: Dolores Rodriguez
Não é fácil achá-lo. Pisa não tem endereço fixo, não possui celular e muito menos uma rotina que permita encontrá-lo em determinado lugar a certa hora do dia. Não trabalha em qualquer empresa, não cumpre qualquer horário. Pisa nem mesmo possui violão. Toca e compõe com o instrumento que tiver próximo.
Quase sempre emprestado de terceiros, quartos, recém-apresentados num pernoite pelas ruas de Feira. Não importa. Sua música surge de maneira espontânea, e aí está seu valor como compositor: cada canção de Pisa é uma verdade do seu coração que se apresenta.
Muitos mitos circundam a figura do músico Pisa. De que ele percorre grandes distâncias a pé, incluindo idas a Lençóis, Cachoeira, Salvador. De que ele possui misteriosa amizade com bichos, especialmente cachorros, que sempre o acompanham em qualquer lugar que este esteja. De que ele se alimenta apenas de Cebola, a qual come como se fosse Maçã. Ele sabiamente não confirma nem descarta estas lendas.
Isto lhe ajuda a ter uma áurea errante e dramática, o que só se confirma ao ouvir o recheio de suas músicas, que tratam quase sempre da sociedade feirense, suas antagonias, seus desejos e frustrações, seu incerto modo de viver e, sobretudo, seu tenro espírito urbano, citadino.
Ninguém melhor do que Pisa para cantar as loas de uma cidade em desenvolvimento como Feira, cujas contradições entre passado e futuro se apresentam das formas mais óbvias possíveis: convenhamos, é frequente uma carroça puxada por um cavalo cansado estar ao lado de um BMW ou algo parecido em qualquer sinal vermelho do centro da cidade.
É com esta contradição que Pisa compõe um dos mais brilhantes legados musicais da Feira moderna, sempre amparado por uma musicalidade própria e mínima: é raro haver mais de três acordes numa canção sua. Sem problema. Não sentimos falta.
Quase sempre emprestado de terceiros, quartos, recém-apresentados num pernoite pelas ruas de Feira. Não importa. Sua música surge de maneira espontânea, e aí está seu valor como compositor: cada canção de Pisa é uma verdade do seu coração que se apresenta.
Muitos mitos circundam a figura do músico Pisa. De que ele percorre grandes distâncias a pé, incluindo idas a Lençóis, Cachoeira, Salvador. De que ele possui misteriosa amizade com bichos, especialmente cachorros, que sempre o acompanham em qualquer lugar que este esteja. De que ele se alimenta apenas de Cebola, a qual come como se fosse Maçã. Ele sabiamente não confirma nem descarta estas lendas.
Isto lhe ajuda a ter uma áurea errante e dramática, o que só se confirma ao ouvir o recheio de suas músicas, que tratam quase sempre da sociedade feirense, suas antagonias, seus desejos e frustrações, seu incerto modo de viver e, sobretudo, seu tenro espírito urbano, citadino.
Ninguém melhor do que Pisa para cantar as loas de uma cidade em desenvolvimento como Feira, cujas contradições entre passado e futuro se apresentam das formas mais óbvias possíveis: convenhamos, é frequente uma carroça puxada por um cavalo cansado estar ao lado de um BMW ou algo parecido em qualquer sinal vermelho do centro da cidade.
É com esta contradição que Pisa compõe um dos mais brilhantes legados musicais da Feira moderna, sempre amparado por uma musicalidade própria e mínima: é raro haver mais de três acordes numa canção sua. Sem problema. Não sentimos falta.
6 comentários:
Maravilha!!! Já não era sem tempo. Nem vou usar daquela tirada 'sou suspeita pra falar'. Gosto demais, gosto mesmo das músicas de Pisa. Esse compositor\cantor amplifica meus sentimentos por Feira...tanto os bons como os ruins, advindos da maior certeza declarada em sua música: 'tem que pisar pra o mundo mudar'. depois que conheci suas idéias e seu modo de viver, reafirmei minha crença no poder criador e, portanto, de mudança que há nos súditos da Princesa Messalina, Princesa Comercial.
êa, Pisa!
Muito bom, Salve velho Pisa! Parabéns a Eder pelo texto e por lembrar dessa importante figura musical de Feira. Sou a favor de fazer uma campanha pra arrecadar fundos e colocar Pisa num estúdio para registrar sua obra para que não se perca com o tempo.
Grande Pisa!!
Vi esse cara fazer altas paradas, mas a mais ousada até hoje, foi vê-lo se levantar em plena apresentação musical no CUCA, no encontro mensal do clube CAIUBÍ e interpelar pelos artistas da terra, sobre os músicos que sem espaço permaneciam no anonimato e que aquele clube devia dar-lhes oportunidade. Não satisfeito, passou a noite batendo palmas enquanto os músicos cantavam!Tbm sou a favor da arrecadação para eternizar em estúdio a sua música \o/
ÊA PISA² com ou sem cebola!=D
Conheço o moço e comentei uma vez que ele é até um cara presença. Um banho de loja e ia arrasar com as 'gataxxx'..hehehe..me amarro na onda dele com aqueles cachorros.
Figuraça! Parabéns pelo texto, Eder. Só vi agora, gostei bastante.
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