Transa, simplesmente.

| por Caio Augusto |
Decidido por fazer a marca somente quando o nome estivesse escolhido, para evitar as longas sugestões e as insatisfações do conselho, esperei. O nome veio, e muito bom, enchendo todos de euforia perante Transa. Pensei na tarefa árdua de ter que fazer uma marca a altura, embora beirando o “descabelamento”, comecei parecendo já conhecer o caminho.

Alguns rabiscos numa folha de papel, decidido em fazer uma marca tipográfica. Inicialmente, procurei brincadeiras com o “s” do nome, por “imagéticamente”(roubando expressão de Eder) me remeter a braços apertando algo, tentei transformar essa visão numa marca aplicável, logo percebi que não teria êxito, deixei essa letra como a última coisa a ser feita.

Transa, o nome.

Pra ser sincero, não temia um mau nome. As sugestões eram ruins, é verdade, as opções eram poucas, o tempo encurtava, mas de certo modo pairava no conselho editorial uma calma (irmã da convicção) de que o melhor nome viria na hora certa, de maneira displicente, como acabou sendo mesmo dentro da obviedade de tudo: andávamos eu, Davi Lara e Maurício Correia em direção ao Restaurante Universitário, e para amenizar nosso descontentamento em tomar aquela sopa fria de arroz que nos aguardava, brincávamos com as corruptelas de “Transeúntica”, sugestão dada pelo intrépido poeta/compositor Lima de Sá, a pedido de João Daniel, que nos convencera de que Lima era um gênio em nomear publicações – Jornal Artifício (do D.A. de Letras) viera deste.

Não me lembro exatamente quem chegou em “Transa” (creio que tenha sido mesmo Davi Lara; o próprio, bem como Maurício Correia, também crêem que sim), mas tenho a impressão de que nós três concordamos imediatamente de que se tratava do melhor nome àquela altura. Meu entusiasmo era tanto que engoli a deliciosa sopa do R.U. sem as caretas habituais. O sorriso era largo. Tínhamos achado o nome. Faltava submeter ao conselho.

Socializando o Diálogo

| por Paulo Moraes |
Da esquerda para a direita: João Daniel, Dolores, Uyatã, Ederval , Paulo e Caio Augusto estava ausente (foto de Bárbara Santana tirada no dia do lançamento da revista, 16 de dezembro de 2009).

Quando tive a primeira conversa sobre a idéia de produzir uma revista para a universidade (neste caso, a UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana), não esperava que fosse o que temos hoje, a Transa. Por que isso? Para termos uma idéia de que idéias não vêm prontas e é só colocá-las no papel e fim de papo, relembro que foram necessários oito meses de amadurecimento e construção coletiva deste projeto; muitos sujeitos e sujeitas de algum modo passaram por esta experiência e muitas idéias apareceram e se foram da mesma forma. Desse modo, posso chegar à conclusão de que esta idéia não é apenas de uma única pessoa, mas de um conjunto.

Quem sou eu na Transa Revista - Paulo Moraes

Diferentemente de Uyatã eu sei quem sou, mesmo que às vezes isso me pareça confuso. Porém, não dá para ultra-subjetivizar as coisas. Sou Pesquisador do LABELU (Laboratório de História e Memória da Esquerda e da Lutas Sociais), Militante do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e do OUSAR (esse todo mundo conhece), dentre outras coisitas mais.

Quem sou eu na Transa Revista - Uyatã Rayra

Sou concorrente fortíssimo na disputa acirrada pelo troféu "Transa Apertação de Mente". Tenho lá meus procedimentos peculiares, que podem favorecer-me decisoriamente no título, e um destes é justamente a minha repulsa a qualquer descrição fajuta de quem eu sou; todos os dia desvendo um novo ser em mim. Ademais, se eu escrever qualquer baboseira séria que me conceitue, querendo ou não, serei taxado de idiota por alguns, melhor é ser e estarrar mesmo ...

Quem sou eu na Transa Revista - Dolores Rodriguez




No dia do lançamento da Transa Revista, falou pouco, como de costume. Continua suas especulações no Colores de Dolores







E-mail: falecomdolores@hotmail.com  

Errata, edição nº0


ERRATAS ESTÉTICAS:
* No texto de introdução à entrevista do Charlação, na 1ª linha da 2ª coluna, os vocábulos “os” e “outros” estão colados, mas eles são separados originalmente. Assim como na última linha da 1ª coluna do texto da seção UEFS, "a" e "universidade" passaram pelo mesmo processo.

* A Transa Revista ainda não se utiliza do Novo Acordo Ortográfico. Portanto, a palavra "última", na 3ª linha da 2ª coluna do texto da seção UEFS, ainda não poderá ficar sem acento agudo.

* No texto de Paulo Moraes da seção Fêra, na 1ª coluna da página 11, algumas frases se repetem. Embora pareça intencional (o conteúdo das frases fala de repetição), não é.

* No 4º parágrafo da 1ª coluna da página 13, no texto da Seção Vitrina, um espaço ficou-se por dar, o que deixou tal trecho fora do padrão de todo o texto. Percebam que este detalhe não significará, a posteriori, absolutamente nada.

* Enquanto ainda não inventaram um Novo Acordo de Sintaxe, devemos retificar a última frase da 1ª coluna da página 15, no texto da Seção Idea!: as medidas anti-crise AUMENTAM, ao invés de AUMENTA, como consta na versão impressa.

ERRATAS ÉTICAS:
* No texto de introdução à entrevista do Charlação, seu autor Ederval Fernandes se refere a Dolores Rodriguez como fotógrafa convidada da revista. Porém, Dolores é Diretora de Fotografia da Transa, e não apenas convidada.

* Por falar em fotógrafos convidados, o autor da fotografia da seção Fêra é Eduardo Quintella, fotógrafo. Este, sim, foi convidado – e nossa falta de atenção nos fez esquecer de creditá-lo na revista pela foto.

*O autor da caricatura da banda Ânima Trio da página 18 é Fabrício Barreto; esta imagem foi extraída de um álbum de fotos do orkut da banda.
E  M     B  R  E  V  E . . .




F  I  N  A  L  I  Z  A  D  A  S

Editorial da Transa número zero

Medo do ridículo


Nelson Rodrigues disse que só os imbecis têm medo do ridículo. Concordo. Fosse pelo medo do ridículo, não teria topado entrar no projeto da Transa e muito menos assinar o primeiro editorial da revista. Fosse também pelo medo do ridículo, não proporia trocar a densa e institucionalizada entrevista com o pró-reitor de graduação Rubens Pereira (a qual publicaremos no blog da revista junto a uma explicação por ela não ter sido publicada na versão impressa) para dar cinco páginas a três estudantes da graduação falarem o que pensam sobre assuntos variados, que vão desde a interpretação pessoal do sentido de consciente e inconsciente coletivos, a observações pontuais de que a presença na sala de aula é a da lista, que os estudantes preferem não ler e que a universidade pública brasileira precisa superar a USP e Caetano Veloso. Saí da minha confortável e silenciosa alcova da apatia para correr o risco do ridículo, assim como todos os perseverantes membros do conselho editorial. Eis aí o número zero da Transa, que traz colaborações de gente muito boa (ver no sumário) e espera sobreviver dessa forma: voluntária, interativa e empolgada. Esperamos ajuda e desejamos boa leitura, necessariamente nesta ordem.


Ederval Fernandes,

Membro do conselho editorial da Transa.