|por Rafael Almeida|
Piada
extinta, Corinthians agora tem uma Libertadores, para a tristeza dos rivais
palmeirenses, santistas e são paulinos. Depois de muita espera, vexames e
frustrações, o time do Parque São Jorge ganha seu primeiro título internacional de
expressão.
O
segundo jogo da final começou mais aberto, as duas equipes tentando agredir,
mas o Corinthians sempre esteve melhor postado em campo. Hoje Riquelme nada
fez, e o resultado foi um Boca cheio de vontade e só, tentando o chuveirinho o
tempo inteiro. O Corinthians também teve dificuldade para entrar na área
adversária, mas desde o princípio conseguia melhores articulações no meio
campo. A primeira etapa terminou sem gols e uma substituição para o time
argentino, o goleiro Orión após uma dividida sentiu a coxa e teve de ser
substituído. O jogador saiu chorando.
Logo
no início da 2ª etapa o Sheik abriu o placar, no que podemos chamar de “bola
vadia”. Em um bate-rebate na área Danilo tocou de costas para Emerson dominar e
marcar. A partir desse momento o Corinthians que já era melhor em campo engoliu
o Boca, a equipe argentina não viu a bola e se desestabilizou emocionalmente,
errando passes e não conseguindo dar prosseguimento a nenhuma jogada. Em um
desses erros de passe saiu o segundo gol, Schiavi entregou o doce nos pés do Sheik, que não perdoou; 2
a 0 Corinthians. O placar derrubou de vez os argentinos, que se entregaram em
campo, praticamente desistiram do jogo. O comum é ver o Boca mandando, ditando
o ritmo, não se abatendo com o placar adverso. Mas vimos um Boca totalmente “de
pernas abertas” no Pacaembu, algo para ser registrado e servir de lição aos
futuros times brasileiros que enfrentarem os argentinos na competição. O Boca
também treme, basta apertar no lugar certo. O Corinthians de Tite apertou com
muita eficiência onde mais dói nesse time, a saída de bola. Sem muita
criatividade no meio só restou ao Boca tentar a sorte, que não veio dessa vez.
Corinthians leva o título de forma invicta, com quatro gols tomados em 14 jogos
e uma campanha incontestável.
Algo que merece ser destacado é a figura do
Sheik, que hoje foi mais do que decisivo, foi um monstro. Correu a partida
inteira e foi o melhor em campo. Levando em conta que jogou bem por toda a
competição, é sem sombra de dúvidas o nome do Corinthians nessa conquista. Mas
além da competência, o atacante tem histórico intrigante. Esteve presente nas
ultimas três conquistas do campeonato Brasileiro (Flamengo, Fluminense e
Corinthians), e hoje se consagrou campeão da Libertadores. Além de ótimo
jogador, seria o Sheik um amuleto? Quem será o próximo “contemplado”?
Rafael Almeida é Economista pela UEFS e Mestrando em Ciências Sociais pela UFRB.
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