|Por Camillo César Alvarenga|
As/Aos cineastas e produtores/ as culturais
Somos todos ficções, colapso as sensações.
Até o fato, fruto de forte sensação, pulso anímico, coração da razão, o que em sociedade é verdade, desfigurou-se, fez-se do dia outra página pronta ao descarte, a prosa dissecada é o máximo que se faz hoje em dia, dista disto à poesia, o poema lá seja coisa que o valha;
Somos todos ficção, não fingimento, coisa outra, pura construção de idéia sobre imagem, desiste-se do poema – conceito –, destrói-se a poesia – representação –, conta-se frases, dispersos fonemas; a palavra escrita? Mentira, falsa, fluida, pura [ilusão?]
Saudade, ai saudades, (brasilianista no mundo) ao mundo, sempre, sem interrupção. Coisa vista é dispersão, bem perto há depressão. Conto novamente; extraviam-se as palavras, reduzem-se até o momento, põe-se freio nos verbos, desvãos a cor da paisagem, apaga-se o ontem nas horas do amanhã. Cria-se outra, imagem! [esfinge]; testo, detesto contar versos, conter possíveis incestos, detesto.
Há texto, atesto, ao redor impassível, o real é insuportável, (impossível) pois que somos todos ficção!
Ódio ao poeta, odeiam o escritor e seu personagem, odeiam o ator e seu filme, seu roteiro, sua voz off sus-surrando coisas inadiáveis, nos falta paciência para contra-plongeé, o que depende, depende.
Desistimos de nos entender, nós e o todo ulterior; o tempo superlevou o sentido, nos deixou sem sentido, ameaço um tiro, ou se atiro-me não é o bastante; até o medo se afasta, “a solidão é um vazio transbordante de eus”.
Sós, caminhando nas páginas da paciência, devaneando sobre desejos, percorremos rios intermináveis de ânsias e inexatidões, o que mais ainda será possível? ssssssssssssssssssssssSocorrer os sonhos, HIPERMODERNOS?
Não mais possíveis, quem dera acessíveis, retomamos dia pós dia a tentação do risco, o próximo absurdo, a regra e sua exceção, a profana purificação.
{Não há ruas que não tão desertas tão cedo... Já não há mais José’s – os literatos comunistas estão indo embora – abandonando Pilar, antes mesmo de encontrar-se com ela, antes mesmo de tê-la a perdem, José por não crer em Deus hoje habita o Hades o Lete o Aqueronte – tudo ao mesmo tempo vagando entre a morte e o esquecimento – enquanto Pilar prepara-se ao Olimpo.}
O real não suporta este caos de sensações, esta dúvida da estrada – tu aparição, sombra, norma, rito, resto, estado de luz: sociedade. Rende-nos.
Aos ditos poetas faltam as práticas, aos tais cientistas as práxis, ao sujeito humano a “justiça [razão] poética” de que a mais profunda expressão vem da interacional condição de sermos sociais.
Tudo
rumo à vida,
É inspiração!
Pois que somos todos ficção.
2 comentários:
o tempo impugnou a vivencia de nossa cultura que hoje nem é mais nossa. e agora josé ???
Há texto, atesto, ao redor impassível, o real é insuportável, (impossível) pois que somos todos ficção!
O que dizer diante de tal afirmação? Continuar, como misto de extinto dinossauro e Quixote alucinado entre as virtualidades e o real.
Vauluizo Bezerra
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