Futebol, Política e Identidade

|por Paulo Moraes|
No último domingo, dia 07 de Outubro, o debate sobre a interseção entre Futebol, Política e Identidade se reavivaram. No Brasil, ocorreram as Eleições Municipais e a Paixão do Futebol foi muito usada para a obtenção de votos dos mais de 138 Milhões de Eleitores Brasileiros, espalhados de Norte a Sul do país. Na Espanha, mais especificamente na Catalunha, tivemos o Maior Clássico do Mundo; Barcelona versus Real Madri. Que foi cercado por uma imensa manifestação Politica em prol da Independência desta Região em relação à Espanha. 

A imprensa Esportiva do Eixo, como sempre, achou as duas situações absurdas, pois ela mistura Politica e Futebol, além de reacender o debate sobre Nacionalismos, para ela por demais ultrapassada em tempos de Globalização. Ela acredita, ou faz parecer que acredita, que é possível dissociar a maior Paixão dos Humanos (o Futebol) da Política. Mas como ela acredita, ou faz parecer que acredita, que um instrumento de Comunicação também não faz Política e ainda é imparcial a tudo o que ocorre em nossa volta, possa ser verdade que ela realmente acredite nisso.

Creio que todos e todas tem o direito de disputar uma Eleição, sejam eles ou elas ex-desportistas, ex-Cantores ou Cantoras, ex-Dançarinos ou Dançarinas e por ai vai. É claro que muitos e muitas dessas são oportunistas, que usados por Partidos Picaretas para ampliar o nº de representantes nas mais diversas Câmaras Legislativas, atrás de um bom Salário e Mordomias. Entretanto não podemos Generalizar e por isso negar este direito a eles e elas que um dia foram ou ainda são Figuras Públicas do entretenimento Nacional, pois se o fizéssemos não teríamos hoje dois importantes mandatos, que com suas diferenças, vem balançando a Estrutura do Congresso Nacional; são eles o do ex-jogador Romário e do ex-BBB Jean Willes. 

A responsabilidade de colocar, tirar ou nem deixar entrar sempre será do Eleitor, que também não pode apenas se movimentar de dois em dois anos, mas sempre esta atento aos acontecimentos de nossas Cidades, Estados e País.

Do outro lado tentam bestializar a movimentação dos Catalãs no dia do Grande Clássico em torno da questão Separatista. Acredito que essa sua posição é a tentiva que isso não chegue ao Brasil, não o debate de Separação de alguma Região do Brasil, mas que o debate sobre Futebol e identidade não se fortaleça por essa Terras. Mas o porque deste medo? 

Pois se um dia isso se fortalecer em nosso País todos e todas veriam sua verdadeira face, que é a de representar os Clubes de seus Estados, mas dando um Caráter Nacional a eles e não Regional, como deveria de ser. Eles sempre falam para os seus (Cariocas e Paulistas), mas dizem que é para todo o Brasil, com isenção e imparcialidade com as demais agremiações.

É desta estrutura nefasta de Comunicação que um rapaz ou uma Garota do interior do Amazonas torce para o São Paulo, ou que um Jovem ou uma Jovem do Semi Árido Nordestino torce para o Flamengo, mas no fundo eles querem que este "torcedores" sejam Paulistas e Cariocas, como eles e assim pensem o Brasil a partir dos olhos deles, que é bem diferente dos nossos.

A Escolha de um Time sempre é uma Escolha, mas ela não é uma simples escolha. Ela reflete o que está ao nosso redor, ontem foi o Rádio, hoje é a TV que "Democratiza" essa Escolha. Por isso os Gritos de Independência dos Catalães aos 17 minutos e 14 segundos de ambos os tempos do Brilhante jogo entre o Barça e o Madri deviam ser entoados em todas a praças Futebolísticas fora do Eixo, pois se não num Futuro breve seremos todos Paulistas ou Cariocas.

Paulo Moraes, pai de Luisa, Comunista e Torcedor do Bahia.

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