Peixe Pequeno

|por Rafael Almeida|

Já faz um bom tempo que dissemino a idéia de que o Santos é um time superestimado, e que Muricy é um milagreiro de primeira grandeza. Ano passado ganharam uma das libertadores mais fáceis da história, na qual todos os outros times brasileiros deram vexame de forma inexplicável. O time da Vila que não tinha nada a ver com a palhaçada alheia, foi lá e venceu, sob o comando de Muricy, o redentor de perebas. Na final do mundial contra o poderoso Barça, os meninos de Muricy mostraram sua cara, tomaram um baile que poderia ter sido mais expressivo que o “magro” (sim, magro) 4 a 0 no placar. O Barça é fodão? É, mas uma equipe campeã da Libertadores não pode perder daquela forma.

Nessa noite de quarta-feira, mais uma vez o Santos escancarou sua faceta de time comum. Depois de levar o gol de empate se comportou como uma Ponte Preta da vida, errando passes de 2 metros e sem criatividade nenhuma no meio. Quanto a Ganso, que seria o cérebro do time, quem não leu a escalação do Santos não sabe que ele entrou em campo. Tudo bem que a marcação do meio campo corinthiano é algo que beira o fenomenal, mas é bom lembrar que eram 11 contra 11. É inadmissível um time que se julga (ou que julgam) diferenciado, passar um tempo inteiro sem criar absolutamente nada, mesmo precisando de um gol. Para confirmar o que digo, basta observar que o Vasco deu muito mais trabalho ao Corinthians nas quartas de final, e a equipe de São Januário não é a 8ª maravilha do mundo, nem o próprio Corinthians é.

A partida começou com o Corinthians jogando na retranca e com dificuldades no contra-ataque, muito devido à falta de Sheik. O Santos, sem criatividade, na base da pressão abriu o placar com Neymar. Muricy talvez tenha compreendido que seria melhor negócio tentar o gol na base do abafa, entrando com 3 atacantes, deixando apenas “Ganso Zumbi” na criação. De início deu certo, mas logo no começo do 2º tempo o Corinthians empatou com Danilo. A partir daí minha Skol amargou, bateu o sono e vontade de voltar pra casa. A partida se tornou um baba da pior espécie, conveniente ao Corinthians, que tudo que queria era amarrar o jogo no meio e deixar o tempo passar. O Santos se portou de forma vergonhosa, sem garra, sem criatividade, praticamente esperou o tempo passar para admitir a superioridade do adversário. Hoje nem vou culpar tanto Neymar, o craque não jogou bem, mas poucas bolas chegaram até ele. Quem merece mesmo ajoelhar no milho por uma semana é o “brother” dele. O uniforme que Ganso usou hoje nem será lavado para a próxima partida, a lavanderia da Vila agradece.

Corinthians vai para a primeira final da libertadores com todos os méritos, final essa que provavelmente será contra o Boca. O país irá parar para ver o jogo, a final, uma das maiores piadas de nosso futebol está em jogo. A equipe do Parque São Jorge pode deixar de ser a única  de São Paulo (dentre as grandes, óbvio) que nunca conquistou a competição. O Brasil se dividirá em 2 torcidas, mais um grande espetáculo que ficará para a história.

Rafael Almeida Economista pela UEFS e Mestrando em Ciência Sociais pela UFRB.

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